Liderança ESG: sustentabilidade gera valor

Em um mundo cada vez mais marcado por riscos climáticos, pressões regulatórias e expectativas crescentes de stakeholders, a sustentabilidade deixou de ser apenas uma obrigação de compliance para se tornar um dos pilares centrais da estratégia corporativa. Um novo relatório do Morgan Stanley Institute for Sustainable Investing, Sustainable Signals: Corporates 2025, traz dados importantes e re3veladores: 88% das empresas globais já veem a sustentabilidade como uma oportunidade de criação de valor — um aumento de três pontos em relação a 2024.

Esse número não é apenas simbólico. Ele representa uma transformação profunda na mentalidade corporativa: a sustentabilidade não é mais um “custo” a ser suportado, mas um motor de inovação, resiliência e rentabilidade.

O valor está na estratégia, não só na imagem

Há poucos anos, muitas empresas adotavam práticas ESG (Ambiental, Social e Governança) com foco principal em reputação ou pressão de investidores. Hoje, esse cenário mudou. A percepção dominante entre os líderes corporativos é clara: sustentabilidade gera valor econômico tangível.

O relatório mostra que 65% das empresas estão “cumprindo” ou “superando” as expectativas em suas estratégias de sustentabilidade, um aumento de seis pontos em relação ao ano anterior. Esse progresso é impulsionado por uma mudança cultural: empresas estão integrando ESG diretamente nas decisões de negócio, desde a alocação de capital até a inovação de produtos.

‼️Relevante: 83% das empresas afirmam que conseguem medir o retorno sobre investimento (ROI) de iniciativas sustentáveis da mesma forma que fazem com outros investimentos — ou despesas operacionais.

Isso significa que a sustentabilidade está sendo tratada com a mesma rigorosa análise financeira que qualquer outro projeto estratégico. E quando os números são mensuráveis, a sustentabilidade passa do departamento de comunicação para a sala de diretoria.

Onde o valor está sendo criado?

A pesquisa revela que, nos próximos cinco anos, 25% das empresas veem o aumento da lucratividade como a principal oportunidade de valor vinda da sustentabilidade. Esse é o maior percentual entre todas as opções listadas, seguido por crescimento de receita (19%) e redução do custo de capital (13%).

Mas o mais interessante é que esse valor se manifesta de formas diferente pelas organizações:

  • Investimento forte em P&D para novos projetos sustentáveis — com foco em transição energética e eficiência.
  • Priorização da redução de riscos operacionais, como eficiência energética e gestão de cadeia de suprimentos.
  • Visão da sustentabilidade como uma alavanca para diferenciação no mercado e consolidação setorial.

Ou seja, não existe uma fórmula única. O valor está na capacidade de cada organização identificar onde a sustentabilidade pode gerar mais impacto: seja reduzindo custos, abrindo novos mercados ou fortalecendo a resiliência.

Riscos climáticos: desafio que torna a sustentabilidade urgente

Se a sustentabilidade é uma oportunidade, o clima é o catalisador. O relatório mostra que 57% das empresas já sentiram impacto em suas operações devido a eventos climáticos extremos no último ano — e esse número sobe para 73% na Ásia-Pacífico.

E quais os impactos mais comuns? Aumento de custos operacionais (54%), interrupções na força de trabalho (40%) e perda de receita (39%). E o futuro não parece mais tranquilo: mais de dois terços das empresas acreditam que riscos físicos e de transição climática afetarão demanda, custos e investimentos nos próximos cinco anos.

‼️Relevante: 80% das empresas se sentem “muito” ou “moderadamente preparadas” para aumentar sua resiliência. Isso mostra que a sustentabilidade não é mais reativa — é uma estratégia proativa de mitigação de riscos e proteção de ativos.

Barreira, superação e boas perspectivas

Os principais desafios são: investimento necessário (citado por 24% das empresas). Logo atrás, incertezas políticas, macroeconômicas e regulatórias.

Mas, segundo a pesquisa, o que diferencia 2025 de anos anteriores é a capacidade das empresas de justificar esses investimentos com dados concretos de retorno. A sustentabilidade já não compete com outras prioridades de capital — ela se justifica por si só.

Além disso, os principais impulsionadores da estratégia sustentável são cada vez mais claros:

  1. Avanços tecnológicos (33% das empresas citam como fator-chave)
  2. Ambiente econômico favorável
  3. Demanda crescente de clientes e investidores

‼️Relevante: o ecossistema está se alinhando. Tecnologia está disponível, consumidores estão exigindo e investidores estão apoiando. Falta apenas a coragem estratégica de integrar tudo isso no core do negócio.

Aqui na América Latina, as perspectivas são ótimas: 67% das empresas veem sustentabilidade como oportunidade de valor. Além disso, 88% das empresas latino-americanas acreditam que a mudança climática será um risco ao modelo de negócio até 2030 — um sinal claro de urgência e maturidade.

A pesquisa aponta com clareza que a sustentabilidade deixou de ser um “extra” para se tornar uma alavanca estratégica de criação de valor. Empresas que ainda a veem apenas como uma questão de imagem ou compliance estão ficando para trás.

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✍ Adriano Motta.

🖼 Imagem – Sustainable Signals Corporates 2025 – Morgan Stanley – Institute for Sustainable Investing


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