Sustentabilidade em 2025: da ambição à ação estratégica

Em um cenário global marcado por volatilidade geopolítica, pressões regulatórias e crescentes expectativas dos consumidores, a sustentabilidade permanece no centro das estratégias corporativas. O relatório A World in Balance 2025, do Capgemini Research Institute, revela insights valiosos sobre como organizações estão enfrentando esses desafios enquanto buscam resiliência e valor de longo prazo.

Compromisso firme, mas credibilidade em risco

Apesar das incertezas, 82% das organizações planejam aumentar seus investimentos em sustentabilidade ambiental nos próximos 12 a 18 meses, e 92% mantiveram suas metas de net zero. No entanto, a lacuna de credibilidade está se ampliando: 67% dos executivos relatam pressão para demonstrar progresso científico em direção ao net zero, mas apenas 21% possuem planos de transição detalhados. Além disso, 62% dos consumidores acreditam que as empresas praticam greenwashing, um aumento significativo em relação aos 33% de 2023.

Insight: Metas ambiciosas não são suficientes. É essencial desenvolver planos claros, com metas intermediárias, alocação de capital e transparência na comunicação.

Sustentabilidade como geradora de valor de negócio

A sustentabilidade evoluiu de uma questão de conformidade para um motor de valor empresarial. Dois terços (67%) dos executivos identificam a criação de valor — incluindo lucratividade, eficiência operacional e economia de custos — como um forte motivador para investimentos em sustentabilidade. Quase metade (49%) das organizações já obtiveram retorno positivo sobre o investimento (ROI) em iniciativas sustentáveis, muitas vezes em prazos mais curtos do que investimentos tradicionais.

Exemplos como o da Schneider Electric, que investiu US$ 250 milhões em sustentabilidade na cadeia de suprimentos, e da L’Oréal, que reduziu custos com embalagens retornáveis, ilustram como a sustentabilidade pode ser uma vantagem competitiva.

Insight: Integrar sustentabilidade ao core do negócio não apenas reduz riscos, mas também abre novas oportunidades de receita e eficiência.

Adaptação climática: uma prioridade com lacunas na execução

Eventos climáticos extremos já impactam as operações globais: 86% das organizações relatam interrupções na cadeia de suprimentos, 78% paralisações na produção e 73% escassez de matérias-primas. Embora 56% dos executivos priorizem a adaptação climática, apenas 38% modernizaram infraestruturas, 31% realocaram fornecedores para regiões menos vulneráveis e 26% redesenharam produtos.

Insight: Planejamento estratégico não é sinônimo de resiliência operacional. Organizações precisam traduzir análises de risco em ações concretas, como diversificação de fornecedores e investimentos em infraestrutura adaptativa.

IA como aliada, mas com riscos ambientais

A inteligência artificial está se tornando uma ferramenta crucial para a sustentabilidade: 64% das organizações usam IA em suas agendas ambientais, desde automação de relatórios até otimização de recursos. No entanto, 57% dos executivos discutem o impacto ambiental da IA em nível de diretoria, e apenas 32% tomaram medidas para mitigá-lo.

Insight: A IA pode acelerar a sustentabilidade, mas seu uso deve ser responsável, com monitoramento de emissões e eficiência energética.

Barreiras estruturais e geopolíticas

A maturidade em sustentabilidade regrediu em 2025, com a parcela de “líderes” caindo de 7% para apenas 1%. Entre os obstáculos, destacam-se:

  • Processos operacionais (79%);
  • Sistemas inadequados de dados (81%);
  • Restrições orçamentárias (81%);
  • Tensões geopolíticas (65%).

Além disso, apenas 48% das organizações alinham totalmente suas agendas de sustentabilidade e negócios.

Insight: A governança integrada é fundamental. KPIs de sustentabilidade devem ser incorporados às avaliações de desempenho e decisões estratégicas.

Recomendações para avançar

O relatório propõe ações prioritárias para organizações que buscam acelerar sua transição sustentável:

  1. Fortalecer a credibilidade com metas de curto prazo e planos de transição baseados em ciência;
  2. Construir confiança do consumidor por meio de mensagens claras e transparentes;
  3. Investir em infraestrutura resiliente e circularidade para reduzir dependência de recursos;
  4. Capacitar equipes e integrar sustentabilidade na tomada de decisão;
  5. Utilizar IA e dados de forma responsável para impulsionar a sustentabilidade.

A sustentabilidade não é mais um tema periférico, mas uma estratégia central para a resiliência e competitividade das organizações. Em um mundo em desequilibrado e transformação, organizações que integrarem governança, estratégia e operações com foco em ESG estarão melhor posicionadas para enfrentar crises, capturar valor e construir um futuro sustentável, pois a verdadeira resiliência nasce da capacidade de alinhar propósito, estratégia e governança.

📄 Saiba mais — 🔗 Acesse aqui o relatório A World in Balance 2025: Unlocking Resilience and Long-Term Value Through Environmental Action.

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Extraído, inspirado e adaptado de Capgemini Research Institute, “A World in Balance 2025:Unlocking Resilience and Long-Term Value Through Environmental Action“.

✍ Adriano Motta.

🖼 Imagem – Capgemini Research Institute, “A World in Balance 2025:Unlocking Resilience and Long-Term Value Through Environmental Action

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