Energia Renovável: sustentabilidade e ESG transformam negócios
julho 29, 2025
Em um cenário global marcado pela urgência climática e pela crescente pressão por transparência e responsabilidade socioambiental, a indústria brasileira está acelerando sua transição para um modelo produtivo mais sustentável. Dados recentes revelam uma transformação significativa: quase metade das indústrias brasileiras já investe em fontes renováveis de energia. Segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), conduzida pela Nexus com 1 mil executivos de empresas de todos os portes e regiões do país entre outubro e novembro de 2024, 48% das indústrias afirmam ter iniciativas em energia hídrica, eólica, solar, biomassa ou hidrogênio de baixo carbono — um salto expressivo frente aos 34% registrados em 2023.
Esse movimento não é apenas uma resposta às demandas do mercado ou à pressão regulatória. É, cada vez mais, uma decisão estratégica de gestão, alinhada aos princípios de ESG (Environmental, Social and Governance) e à busca por resiliência econômica a longo prazo.
A pesquisa da CNI traz números importantes sobre a adoção de energias limpas no setor industrial:
✅ 48% das indústrias brasileiras já utilizam fontes renováveis em sua matriz energética.
✅ O Nordeste lidera esse movimento, com 56% das empresas adotando energias como solar e eólica.
✅ Entre as fontes mais usadas, destacam-se:
- Energia solar (23%)
- Biomassa (18%)
- Eólica (7%)
Além disso:
- 78% das empresas consideram a sustentabilidade um fator estratégico.
- 62% já têm políticas de eficiência energética.
Esses dados mostram que a indústria brasileira está avançando, mas ainda há espaço para crescimento, especialmente em regiões como Norte e Centro-Oeste, onde a adoção de energias renováveis é menor.
Nordeste lidera, mas o país inteiro avança
Destaque especial para o Nordeste, que emerge como o grande protagonista desse processo: 6 em cada 10 indústrias da região já adotam projetos de energia limpa. Atrás dele, seguem o Norte e Centro-Oeste (56%), o Sul (53%) e o Sudeste (39%). Esse cenário regional revela uma realidade importante: o potencial das energias renováveis no Brasil vai além da disponibilidade técnica — está sendo impulsionado por condições naturais favoráveis, como alta irradiação solar no Nordeste, e pela conscientização estratégica dos gestores locais.
A autoprodução de energia se consolida como a principal estratégia: 42% das empresas que adotam fontes renováveis optam por gerar sua própria energia, muitas vezes por meio de painéis solares em telhados ou usinas próprias. E o principal motivador? Redução de custos — citado por 50% dessas empresas. No entanto, o que começa como uma decisão financeira está se transformando rapidamente em um compromisso com a sustentabilidade e com a governança responsável.
Sustentabilidade como vantagem competitiva
A pesquisa da CNI mostra ainda que 25% das indústrias já consideram as energias renováveis uma prioridade estratégica para a descarbonização, um aumento de 2 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Ainda mais expressivo é o crescimento no campo da inovação: 20% das empresas priorizam a inovação tecnológica para reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE), ante 14% em 2023.
Esses números indicam uma mudança cultural dentro das organizações. O ESG deixa de ser um “complemento” para se tornar um vetor central da estratégia empresarial. Empresas que investem em sustentabilidade não estão apenas mitigando riscos ambientais — estão se posicionando como líderes em eficiência, atratividade para investidores e alinhamento com consumidores cada vez mais conscientes.
O Brasil no cenário global: potência natural em energia limpa
O Brasil ocupa uma posição privilegiada nesse novo cenário energético. Com mais de 90% da matriz elétrica proveniente de fontes renováveis — principalmente hídrica, eólica e biomassa —, o país já parte de uma vantagem estrutural rara no mundo. Segundo a ANEEL, nossa base energética é uma das mais limpas entre as grandes economias.
Em 2024, o Brasil também se consolidou como o quinto maior produtor de energia solar do mundo, ultrapassando a Alemanha — um marco simbólico e prático. Enquanto países como China e Índia aumentam o uso de carvão para enfrentar a demanda energética, o Brasil demonstra que é possível conciliar crescimento econômico com baixas emissões.
Ainda assim, há desafios. Mais de 60% das indústrias demonstram interesse em financiamento para adequação de maquinário voltado à descarbonização, mas 9 em cada 10 apontam a falta de incentivos tributários como uma barreira crítica. Aqui, a governança entra em cena: é urgente que políticas públicas acompanhem a iniciativa privada, criando um ambiente regulatório que estimule, e não atrapalhe, a transição energética.
Economia circular e logística reversa: o próximo passo
Além da energia, o movimento de sustentabilidade se expande para outros pilares do ESG. 70% das médias e grandes indústrias já implementam ações de logística reversa, assumindo sua responsabilidade compartilhada na cadeia de valor. E, para 83% das empresas que atuam na economia circular, essas práticas têm impacto direto na redução de emissões de GEE.
Isso mostra que a sustentabilidade não é um projeto isolado, mas um ecossistema integrado de práticas que envolve desde a fonte de energia até o fim da vida útil do produto.
Sustentabilidade não é opcional — é essencial para a governança moderna
Os dados são claros: a indústria brasileira está em movimento. A adoção de energias renováveis, a priorização da inovação e o engajamento com a economia circular não são mais escolhas marginais — são elementos centrais de uma gestão estratégica moderna e responsável.
Para líderes empresariais, investidores e formuladores de políticas, a mensagem é inequívoca: sustentabilidade e ESG não são custos, são investimentos em resiliência, reputação e competitividade. Empresas que ignoram essa transformação correm o risco de ficar para trás em um mercado global cada vez mais exigente.
O Brasil tem as condições naturais, a capacidade industrial e a maturidade crescente para liderar a transição energética na América Latina. Agora, falta consolidar um pacto entre setor produtivo, governo e sociedade para transformar potencial em realidade — com governança, estratégia e propósito.
Por que ESG e Sustentabilidade são prioridades para as organizações?
A migração para energias renováveis não é apenas uma questão ambiental – é uma vantagem competitiva. Organizaçãoes que investem em sustentabilidade e ESG (Environmental, Social, and Governance) colhem benefícios como:
1. Redução de custos e eficiência operacional
- Energias como solar e eólica têm se tornado mais baratas que fontes tradicionais.
- Empresas que adotam eficiência energética reduzem desperdícios e melhoram sua produtividade.
2. Atração de investidores e financiamento sustentável
- Bancos e fundos de investimento priorizam empresas com boas práticas ESG.
- Green bonds e linhas de crédito sustentáveis estão em expansão no mercado.
3. Reputação e valor de marca
- Consumidores preferem marcas comprometidas com o meio ambiente.
- Empresas sustentáveis têm maior resiliência a crises regulatórias e de imagem.
4. Adaptação a regulamentações globais
- Acordos como o Acordo de Paris e a Taxonomia Verde da UE pressionam por menor pegada de carbono.
- Organizações que se antecipam evitam multas e restrições comerciais.
Como as organizações podem acelerar sua transição energética?
1. Mapear oportunidades em energia renovável
- Avaliar a viabilidade de solar, eólica, biomassa ou hidrogênio verde conforme a região.
- Buscar incentivos fiscais e parcerias com fornecedores de energia limpa.
2. Integrar ESG à estratégia corporativa
- Criar um comitê de sustentabilidade com metas claras de redução de emissões.
- Adotar padrões para relatórios transparentes.
3. Investir em inovação e parcerias
- Apoiar startups de cleantech e projetos de P&D em energia limpa.
- Participar de consórcios industriais para compartilhar custos e conhecimentos.
4. Engajar funcionários e stakeholders
- Promover treinamentos em sustentabilidade e eficiência energética.
- Comunicar os resultados para investidores, clientes e comunidade.
O futuro é verde e competitivo
O crescimento das energias renováveis na indústria brasileira é um sinal claro: sustentabilidade e ESG não são modismos, mas pilares essenciais para negócios futuros. Organizações que se movimentarem agora terão vantagens em custos, reputação e acesso a mercados globais.
A pergunta não é mais “se” devem investir em renováveis, mas “como” fazê-lo de forma estratégica e escalável.
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✍ Adriano Motta.
Extraído, inspirado e adaptado de conteúdo da Portal da Indústria – CNI
🖼 Imagem – Portal da Indústria – CNI
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