Estratégia e ESG: o novo trator da agricultura sustentável
outubro 8, 2025
Em um momento em que a pressão por modelos produtivos mais responsáveis se intensifica — tanto por parte dos mercados quanto da sociedade civil —, a agricultura e a pecuária brasileira enfrentam um desafio transformador: conciliar produtividade com sustentabilidade. Durante o Energy Tech Forum 2025, promovido pelo Valor, em setembro de 2025, especialistas desenvolveram uma mensagem clara: a eficiência é a chave para desenvolver uma agricultura verdadeiramente sustentável. Mas o que isso significa na prática? E como estratégia, governança e critérios ESG entram nessa pesquisa?
Eficiência vai além da produtividade
Quando falamos em eficiência no campo, não estamos apenas nos referindo a colher mais com menos. Tratar-se de otimizar recursos naturais, reduzir emissões, preservar ecossistemas e garantir a previsão econômica das operações agrícolas a longo prazo. Isso exige uma mudança de mentalidade: sair de uma lógica puramente operacional para uma abordagem estratégica, onde sustentabilidade e governança são pilares centrais do modelo de negócio.
Uma agricultura sustentável não é um custo — é um investimento estratégico. Organizações que incorporam critérios ESG em suas operações agrícolas não apenas mitigam riscos regulatórios e climáticos, mas também acessam novos mercados, fazem investimentos verdes e fortalecem sua influência junto aos consumidores cada vez mais conscientes.
Governança: o alicerce da transformação
A governança é o ponto de partida para qualquer iniciativa de sustentabilidade bem sucedida. Na agricultura, isso significa estabelecer políticas claras de uso do solo, gestão hídrica, bem-estar animal, relações com as comunidades locais e transparência nas cadeias de abastecimento.
Organizações com metas de descarbonização aprovadas ao Acordo de Paris e com sistemas de monitoramento robustos estão melhor posicionadas para navegar nas exigências do mercado. A governança eficaz também permite a integração de tecnologias — como sensores de umidade, drones de monitoramento e sistemas de rastreabilidade baseados em blockchain — de forma ética, segura e escalável.
Estratégia ESG como diferencial competitivo
Integrar ESG à estratégia agrícola não é mais uma opção. É uma necessidade competitiva. O agronegócio brasileiro responde por quase 25% do PIB nacional e é um dos maiores exportadores de commodities do mundo. No entanto, existem barreiras não tarifárias e demandas por garantias de sustentabilidade em toda a cadeia produtiva.
Aqui entra o papel estratégico do ESG:
- Ambiental : adoção de práticas de baixo carbono, recuperação de áreas degradadas, uso eficiente de insumos;
- Social : respeito aos direitos trabalhistas, inclusão de pequenos produtores, diálogo com comunidades tradicionais;
- Governança : transparência na cadeia de valor, cumprimento rigoroso e alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Organizações que antecipam essas demandas — e que se transformam em vantagem competitiva — conquistam selos de sustentabilidade, acesso a linhas de crédito verdes e parcerias com grandes players globais comprometidos com cadeias responsáveis.
Tecnologia e dados: aliados da eficiência sustentável
O Energy Tech Forum 2025 destacou ainda o papel crucial da inovação tecnológica. Soluções como agricultura de precisão, inteligência artificial aplicada ao monitoramento de culturas e biotecnologia voltada para redução de emissões são ferramentas poderosas — mas só geram valor quando inseridas em uma estratégia clara de sustentabilidade.
Aqui, o dado é o novo ativo estratégico. Ter acesso a informações em tempo real sobre consumo de água, uso de fertilizantes ou emissões de metano permite ajustes dinâmicos, reduz desperdícios e melhora a tomada de decisão. Contudo, sem governança de dados e ética no uso dessas tecnologias, os benefícios podem ser comprometidos.
Sustentabilidade é estratégia, não marketing
A agricultura sustentável não se construiu com ações isoladas ou campanhas de imagem. Ela exige visão de longo prazo, liderança comprometida, governança robusta e integração profunda dos critérios ESG na estratégia. A eficiência produtiva, nesse contexto, deixa de ser apenas um indicador operacional para se tornar um vetor de transformação sistêmica.
O Brasil tem uma oportunidade histórica: liderou não apenas na produção de alimentos, mas na construção de um novo paradigma agrícola — mais justo, resiliente e regenerativo. Para isso, é preciso ir além do discurso e colocar a sustentabilidade no centro da estratégia, com governança como bússola e ESG como rota.
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✍ Adriano Motta.
🖼 Imagem – aleksandarlittlewolf – Freepik
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