Percepções Sustentay  – 25/10/2025

Percepções Sustentay apresenta notas rápidas e variadas sobre governança, estratégia, sustentabilidade, tecnologia e equilíbrio. São pequenas notícias que, juntas, constroem um panorama abrangente de ideias, insights, informações e observações relevantes. Hoje os retalhos de percepções abordam: ITA seleciona projetos de hidrogênio verde; Brasil: combustível sustentável no querosene de aviação; O lixo pode ajudar a descarbonizar a indústria brasileira; IA do Google identifica mutações genéticas que causam câncer com 98% de precisão; e Derretimento do solo permanentemente congelado que sustenta boa parte do Ártico.

Derretimento do solo permanentemente congelado que sustenta boa parte do Ártico

O derretimento do permafrost, o solo permanentemente congelado que sustenta boa parte do Ártico, está transformando paisagens inteiras em territórios instáveis. Em Nunapitchuk, no Alasca, o que antes era chão firme agora se desfaz em lama: casas racham ao meio, o esgoto infiltra-se no solo e prédios ficam suspensos sobre montes frágeis de terra. Esse fenômeno, resultado direto do aquecimento global, ameaça não apenas a infraestrutura das pequenas comunidades do Norte, mas também desencadeia um efeito em cascata que afeta o planeta inteiro. À medida que o permafrost descongela, libera enormes quantidades de carbono e gases de efeito estufa aprisionados há milênios, intensificando ainda mais o aquecimento que o causou. Em um ciclo perigoso, o solo que por séculos foi símbolo de estabilidade se tornou um lembrete de que o colapso climático começa, literalmente, debaixo dos nossos pés. O descongelamento do permafrost, o solo permanentemente congelado que cobre 15% do Hemisfério Norte e que, com o aquecimento global, vem perdendo estabilidade. Esse degelo não só ameaça cidades e infraestruturas, mas também libera gases de efeito estufa e metais pesados, alimentando ainda mais o ciclo do aquecimento global. O problema, antes restrito a áreas remotas do Ártico, agora tem implicações globais, tanto ambientais quanto geopolíticas 

IA do Google identifica mutações genéticas que causam câncer com 98% de precisão

O sistema, chamado AlphaMissense 2, utiliza aprendizado profundo para prever com alto grau de confiança se uma mutação específica em um gene é benigna ou patogênica, ajudando pesquisadores a priorizar quais variantes devem ser estudadas em tratamentos personalizados. A atualização expande a versão original do AlphaMissense, lançada em 2023, agora com um modelo treinado em dados genômicos ampliados e integração direta com bancos clínicos globais. A IA conseguiu classificar corretamente 98% das mutações testadas, superando métodos tradicionais de bioinformática. O sistema será disponibilizado para laboratórios e instituições de pesquisa via Google Cloud Healthcare API, permitindo análises em larga escala. O modelo não substitui diagnóstico médico, mas acelera a triagem científica que antes levava meses. O impacto potencial vai além da oncologia, a arquitetura pode ser aplicada a outras doenças genéticas complexas, ampliando a capacidade de descoberta biomédica com IA. A medicina de precisão sempre esbarrou em um problema: tempo e custo para entender mutações humanas. Ao automatizar essa análise, o Google coloca a IA no centro da pesquisa biomédica global. Para regiões como a América Latina, onde o acesso à genômica é limitado, ferramentas como o AlphaMissense 2 podem democratizar a ciência médica, se o acesso for aberto e ético.

O lixo pode ajudar a descarbonizar a indústria brasileira

Apesar de o Brasil ter uma das matrizes de energia mais limpas do mundo, muitos processos industriais ainda usam combustíveis fósseis. A maior parte das indústrias ainda usa óleo diesel ou gás natural para a geração de calor, por exemplo. Biogás e biometano produzidos a partir de resíduos e a queima de biomassa para aquecer caldeiras são exemplos das alternativas que estão no radar das companhias para a transição para uma economia de baixo carbono. Caroço de açaí, casca de arroz e restos do eucalipto transformado em papel e celulose são a aposta da Combio, uma empresa que substitui equipamentos industriais baseados em combustíveis fósseis por máquinas que queimam material orgânico. Essas energias de baixas emissões de carbono têm uma vantagem adicional: muitas vezes elas também ajudam a resolver problemas ambientais. No caso do biometano, um gás renovável idêntico ao de origem fóssil e uma pegada de carbono 90% menor, o impacto poderá ser sentido nos lixões. No Brasil, cerca de 40% dos resíduos gerados nas cidades vão parar em lixões – aproximadamente 30 milhões de toneladas.

Brasil: combustível sustentável no querosene de aviação

A obrigação de misturar combustível sustentável ao querosene de aviação passa a valer em 2027 no Brasil – mas as companhias aéreas ainda não sabem como vão cumpri-la. A partir de janeiro de 2027 as empresas aéreas brasileiras serão obrigadas a incluir nos tanques de seus aviões um pouco de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) junto com o querosene de origem fóssil. O prazo está se aproximando, mas ainda há muitas incertezas sobre como se dará na prática a transição de um dos setores em que é mais difícil cortar as emissões de carbono. A mistura do SAF ao querosene de aviação convencional vai aumentar gradualmente, conforme determinado pela Lei do Combustível do Futuro. Mas a conta não é baseada em volume, como ocorre no caso do etanol adicionado à gasolina ou no biodiesel misturado ao diesel convencional. A regra brasileira considera a redução das emissões do SAF na comparação com o querosene fóssil, e o cálculo leva em conta a cadeia produtiva inteira.

ITA seleciona projetos de hidrogênio verde

Acelerador da Transição Industrial soma 15 iniciativas de descarbonização em programa pioneiro no país e quer atrair primeiros investimentos na COP30. O Acelerador da Transição Industrial (ITA), iniciativa global de descarbonização lançada na COP28, selecionou três novos projetos no Brasil voltados à produção de ferro, aço e produtos químicos usando hidrogênio verde. As empresas Stegra, Green Energy Park e Grupo KWPar estão à frente das inovações e vão receber suporte dedicado para superar barreiras regulatórias, de financiamento e de demanda até chegarem à decisão final de investimento (FID). O Brasil passa a ter 15 projetos apoiados pela organização, representando mais de US$ 23 bilhões (R$ 125,35 bilhões) em oportunidades de atrair recursos bilionários. O anúncio foi feito em parceria com o Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Todos os projetos focam em setores considerados difíceis de descarbonizar, justamente aqueles que mais emitem gases de efeito estufa na indústria pesada.

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Extraído, inspirado e adaptado de conteúdo da Internet

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