Saúde Mental e ESG: Impactos da Nova NR-1 do MTE

A Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que estabelece as diretrizes gerais de saúde e segurança no trabalho, passou por uma atualização grande impacto: agora, as empresas são obrigadas a incluir a saúde mental em seus programas de prevenção de riscos ocupacionais. Essa mudança, determinada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), reforça que o bem-estar psicológico dos colaboradores não é apenas uma questão de responsabilidade social, mas uma exigência legal com impactos diretos na governança corporativa e na estratégia organizacional.

Mas por que essa atualização é tão relevante para as organizações? E como a nova NR-1 se conecta com os princípios de ESG (Environmental, Social, and Governance) e sustentabilidade?

A partir de 25 de maio, empresas que atuam no Brasil precisarão incluir a saúde mental em sua lista de responsabilidades obrigatórias — da mesma forma que já fazem com os equipamentos de proteção individual (EPIs), como capacetes, luvas ou máscaras.

Somente em 2024, foram registrados no Brasil mais de 472.000 afastamentos por motivos de saúde mental, o maior número da última década e um aumento de 68% em relação 2023. Os transtornos de ansiedade lideram os afastamentos, seguidos pelos casos de depressão, de acordo com dados do Ministério da Previdência Social.

O que mudou na NR-1 e por que isso importa?

A nova redação da NR-1 inclui explicitamente a proteção à saúde mental como parte das obrigações das empresas em relação à segurança do trabalho. Isso significa que:

✔ Riscos psicossociais (como assédio, cobranças excessivas e jornadas desgastantes) agora devem ser mapeados e mitigados.
✔ Programas de prevenção devem ser implementados, incluindo políticas de acolhimento psicológico e ambientes de trabalho mais saudáveis.
✔ Fiscalizações do MTE poderão multar empresas que não cumprirem as novas regras.

Essa mudança reflete uma tendência global: a Organização Mundial da Saúde (OMS) já classifica o burnout como uma doença ocupacional, e tanto consumidores quanto investidores, bem como a sociedade em geral estão cada vez mais atentos a como as empresas tratam seus colaboradores e reportam riscos psicossociais em seus relatórios ESG.

Saúde mental como pilar estratégico em ESG e sustentabilidade

Organizações que enxergam a saúde mental apenas como uma questão de compliance estão perdendo uma grande oportunidade. Quando integrada à estratégia de ESG e sustentabilidade, a promoção do bem-estar psicológico traz benefícios como:

✅ Melhoria na produtividade e engajamento – Colaboradores mentalmente saudáveis são mais criativos, resilientes e leais.
✅ Redução de custos com turnover e absenteísmo – Ambientes tóxicos geram demissões, afastamentos e processos trabalhistas.
✅ Fortalecimento da reputação corporativa – Organizações que cuidam de seus times são mais valorizadas por investidores, clientes e talentos.

Como se adaptar à nova NR-1 e transformar saúde mental em oportunidade sustentável?

1. Mapeie os Riscos Psicossociais – Utilize pesquisas de clima e diagnósticos para identificar fatores de estresse na organização.
2. Implemente Programas de Apoio – Ofereça assistência psicológica (PAP), treinamentos sobre equilíbrio emocional e políticas de flexibilidade.
3. Capacite Lideranças – Gestores devem saber reconhecer sinais de burnout e promover uma cultura de respeito.
4. Inclua no Relatório ESG – Demonstre transparência sobre as ações em saúde mental para reforçar credibilidade perante partes interessadas (stakeholders).

A atualização da NR-1 é um marco que reforça: saúde mental não é um benefício, e sim um direito e um fator crítico para negócios sustentáveis. Empresas que incorporarem esse tema em sua estratégia não apenas evitarão penalidades, mas se destacarão como lideranças em ESG e capital humano.

👉 A atualização da NR-1 impacta a gestão organizacional, conectando compliance, ESG e estratégia. Deixe seu comentário!

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✍ Adriano Motta.

Extraído, inspirado e adaptado do conteúdo MTE e Internet

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